Mais do que um mero capricho, o marketing - seja ele empresarial ou
pessoal - se tornou obrigação no mundo atual. Ao expandir a outrora
limitada barreira geográfica com as chamadas mídias sociais, uma pessoa
comum tem hoje a possibilidade - dentro de um custo aproximado de zero -
de ter suas idéias difundidas facilmente pelo planeta. Porém, qualquer
deslize, por menor que seja, pode danificar ou até destruir uma imagem
construída ao longo de anos.
Com o avanço da adoção de
ferramentas como o Twitter, verificam-se também novas formas de uso que
visam a fortalecer ou a criar novas marcas. Recentemente, o pai do
jogador Neymar, atacante do Santos, declarou que seu filho não mais
escreveria em seu microblog. Ao buscar o controle da "qualidade" da
exposição de seu filho, o pai do jogador informou que a sua conta seria
administrada pela sua assessoria.
Esse caso nos mostra que a
terceirização para monitoramento e divulgação de perfis corporativos
expande seus braços também para o mundo das celebridades, do futebol e
alcança até a política.
Um exemplo disso foram as campanhas dos
presidenciáveis Marina Silva e Plínio Arruda. Os candidatos possuíam, no
público das redes sociais, boa parte de sua popularidade. O uso das
mídias foi tão intenso que, mesmo durante os debates em que o socialista
Plínio aparecia na Rede Bandeirantes e na RedeTV, ele teve sua conta
pessoal do Twitter atualizada em tempo real pela sua equipe. Dentro
desse processo, a terceirização cumpre o seu papel de transformar a
imagem do cliente em algo valorizado ao reafirmar prontamente na rede as
idéias expostas na grande mídia.
Entretanto, na teoria, o
próprio indivíduo deveria ecoar e projetar os seus pensamentos nas
mídias sociais. Ao utilizar um profissional, podemos acabar por
adicionar em nós mesmos mais uma das tantas máscaras que usamos no
dia-a-dia. O que, diga-se de passagem, é algo da natureza humana.
Postados atrás dessa nova máscara temos duas opções: nos esconder e
viver uma interpretação ou, por força da necessidade, adotar novos
comportamentos.
Devido a uma demanda cada vez maior por clareza
nas ações dos indivíduos e a uma constante exigência para sermos cada
vez melhores, é grande a chance de seguirmos a última opção. Enfim, mais
do que simples ferramentas de comunicação, me atrevo a dizer que as
mídias sociais estão nos ajudando a moldar o homem de amanhã. Como
ferramentas divulgadoras do nosso comportamento, elas começam a regular o
que é socialmente aceitável do que não é. Um processo de depuração
automático auto-imposto que aos poucos mostra aos extremos qual é o
caminho do meio.
Com isso em mente, uma boa estratégia de
atuação nas mídias sociais só terá êxito se o material humano que a
compõe tiver credibilidade. Se o cliente não se comportar como é
esperado dele fora da rede, não haverá assessoria que construa uma
imagem que persista.
Fonte: Imasters.com.br
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Rodrigo Dionízio